O universo literário da palhaçaria hospitalar

Às vezes me pergunto até onde vai nossa capacidade de ser empático. Será a empatia sempre genuína ou, em alguns momentos, uma tentativa de nos colocarmos no lugar do outro sem realmente saber o que é estar ali? A dor do outro é e sempre será do outro. Podemos sentir algo, mas é uma projeção e por isso, é preciso respeito ao acessá-la. No quarto de um hospital, muitas dores não são visíveis. E é aí que, como profissional, mas principalmente como gente, entende-se: é preciso pedir licença. A empatia mora nesse gesto, no escutar, no acolher, no permitir-se sentir, aprender e se tornar mais humano. Mora no barulho, no silêncio, e na sensibilidade para saber quando cada um deve aparecer.
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